Moraes diz que Bolsonaro confessou extorsão contra a Justiça brasileira
Ministro do STF impõe tornozeleira eletrônica e acusa ex-presidente de atentar contra a soberania para pressionar o Judiciário

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que Jair Bolsonaro (PL) confessou uma tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira ao condicionar o fim do tarifaço dos EUA à própria anistia. A declaração embasou a decisão que impôs ao ex-presidente medidas como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com autoridades estrangeiras e restrição de circulação.
Segundo Moraes, Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, atuam para “interferir no curso de processos judiciais, desestabilizar a economia do Brasil e pressionar o Poder Judiciário”. O ministro apontou ainda que o ex-presidente estimulou diretamente a atuação do governo norte-americano contra o STF.
Na decisão, o ministro destacou um repasse de R$ 2 milhões feito por Bolsonaro ao filho, via PIX, em maio de 2025. A Procuradoria-Geral da República (PGR) considerou a transferência como indício de alinhamento entre pai e filho em ações contra as instituições brasileiras.
Durante as buscas autorizadas nesta sexta-feira (18), a Polícia Federal encontrou na casa de Bolsonaro uma cópia da petição inicial de um processo movido pela plataforma Rumble e o grupo Trump Media contra Moraes nos EUA. A ação alega censura e busca impedir que decisões judiciais brasileiras tenham efeito nos Estados Unidos.
Após instalar a tornozeleira eletrônica, Bolsonaro declarou que a investigação é “política” e representa uma “suprema humilhação”. Ele negou qualquer intenção de fugir do país ou buscar refúgio em embaixadas.
Folha do Sisal
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